O que é Filosofia?Eis uma questão de difícil resposta. Martin Heidegger afirma não ser possível chegar a uma definição última, pois é preciso entender que a Filosofia é o próprio ato de filosofar. Assim como o filósofo alemão, os outros pensadores se preocupam em, se não definir, ao menos aproximar o homem do entendimento do que ela vem a ser (o que se quis dizer com
amor pela sabedoria?) – já que, fora do âmbito filosófico, o homem não sobrevive (ainda que não tenha tal consciência).
Toda definição é limitadora, pois busca entender seu objeto dentro de parâmetros; isto acaba fazendo com que a Filosofia seja perdida em muitas de suas facetas. Mas como é interessante: desde sempre os filósofos se perguntam sobre o que ela é... e milênios depois ainda continuam. Este fato não acontece com outros tipos de conhecimento, como o científico, por exemplo.
Eu ainda estou tentando entrar no âmbito da reflexão profundamente filosófica. Mas ela exige muito e não sei se estou dando o necessário de mim. É bem o que diz o mito de Zeus: para nascer a sabedoria é preciso rachar a cabeça. Devo admitir que a cada nova obra de Heidegger que leio, percebo que a reflexão filosófica (pleonasmo? – toda reflexão é filosófica?) nunca se esgota; há sempre muito mais para novos e profundos mergulhos – ou, na preferência, para altos voos.
“A filosofia – assim o sabemos ao menos superficialmente – não é nenhuma ocupação qualquer, com a qual, segundo o nosso humor, passamos o tempo; nenhum mero acúmulo de conhecimento, que meramente alcançamos a qualquer hora a partir dos livros. Ao contrário, apesar de só o sabermos obscuramente, ela é algo que, em sua totalidade e em seu ponto mais extremo, dá lugar ao acontecimento de uma expressão e de um diálogo derradeiros do homem.” (HEIDEGGER, Martin.
Os conceitos fundamentais da metafísica – mundo, finitude, solidão)