terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Ser professor...
Educar é algo mesmo interessante, pois objetiva-se ensinar algo a alguém, mas é preciso que o interlocutor queira aprender – o que nem sempre acontece. E vejo que este fato se deve, muitas vezes, ao conteúdo ensinado. Se o aluno não perceber a importância do que deve aprender (se ela realmente existe), em vão está todo um sistema educacional.
Professor é aquele que acredita em algo maior que ele próprio: acredita em um projeto que não se realizará apenas para si, mas para um interlocutor para o qual se deseja sucesso. Educar, na atualidade, requer muita perspicácia, pois o sistema educacional não consegue acompanhar a velocidade das mudanças. Desta maneira, aquele que se dispõe a estar diante de uma classe tem de buscar meios (como e onde puder) para fazer a diferença no mundo que é a sala de aula. Mas é trabalho árduo... é como uma luta na qual a argumentação tenta vencer muitas concepções tentadoras que conquistam e fascinam os alunos de maneira quase mágica (magia da propaganda).
Quais as verdadeiras necessidades do nosso mundo, a partir das quais qualquer projeto educacional deve ser elaborado? Que ser humano se pretende construir? Lendo novamente, nesta semana, a obra Os sete saberes necessários à educação do futuro, de Edgar Morin, percebo o quanto a educação está longe de um projeto inovador. O ensino público... ainda quero entender aonde quer chegar; o privado... disciplinas estanques que não objetivam a construção do homem, mas a conquista de uma vaga na faculdade.
Um mundo no qual o homem possa se realizar está longe de ser construído... e a classe dos docentes busca – pelo menos, deveria – incessantemente tal construção. Deveria ser um trabalho único, pois enquanto cada um, cada instituição ou cada governo caminharem para um lado diferente... nada de significativo se fará.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

O que é Filosofia?
Eis uma questão de difícil resposta. Martin Heidegger afirma não ser possível chegar a uma definição última, pois é preciso entender que a Filosofia é o próprio ato de filosofar. Assim como o filósofo alemão, os outros pensadores se preocupam em, se não definir, ao menos aproximar o homem do entendimento do que ela vem a ser (o que se quis dizer com amor pela sabedoria?) – já que, fora do âmbito filosófico, o homem não sobrevive (ainda que não tenha tal consciência).
Toda definição é limitadora, pois busca entender seu objeto dentro de parâmetros; isto acaba fazendo com que a Filosofia seja perdida em muitas de suas facetas. Mas como é interessante: desde sempre os filósofos se perguntam sobre o que ela é... e milênios depois ainda continuam. Este fato não acontece com outros tipos de conhecimento, como o científico, por exemplo.
Eu ainda estou tentando entrar no âmbito da reflexão profundamente filosófica. Mas ela exige muito e não sei se estou dando o necessário de mim. É bem o que diz o mito de Zeus: para nascer a sabedoria é preciso rachar a cabeça. Devo admitir que a cada nova obra de Heidegger que leio, percebo que a reflexão filosófica (pleonasmo? – toda reflexão é filosófica?) nunca se esgota; há sempre muito mais para novos e profundos mergulhos – ou, na preferência, para altos voos.

“A filosofia – assim o sabemos ao menos superficialmente – não é nenhuma ocupação qualquer, com a qual, segundo o nosso humor, passamos o tempo; nenhum mero acúmulo de conhecimento, que meramente alcançamos a qualquer hora a partir dos livros. Ao contrário, apesar de só o sabermos obscuramente, ela é algo que, em sua totalidade e em seu ponto mais extremo, dá lugar ao acontecimento de uma expressão e de um diálogo derradeiros do homem.” (HEIDEGGER, Martin. Os conceitos fundamentais da metafísica – mundo, finitude, solidão)