quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

A certeza do incerto...

As sendas abertas podem
parecer as mais seguras,
mas são, talvez, as mais
perigosas. Posso começar um
longo caminho
que me leva ao centro da
floresta e lá me deixa. Apenas
lá, perdido no nada, posso
conhecer a floresta e tremer
diante de sua força.

domingo, 7 de novembro de 2010

Do meu querer...

Vivo.
Viver é algo fantástico; inexprimível pelas palavras – é algo apenas “vivível”. Minha vida é aberta para um infinito de possibilidades... posso tudo que quero. Mas o que quero? Qual meu desejo? Qual meu sonho? Meu sonho é o que ainda não alcancei (e é sonho justamente por não ter alcançado); quando eu o alcançar, espero que ele se desdobre em infinitos outros sonhos e desejos, pois só assim minha vida será vida. É bom sonhar... não me canso de tê-los... os sonhos. É algo de que tenho muito, não me canso, não me enjoo, posso ter sempre mais e não estarei satisfeito nem cheio.
Não vivo nos sonhos, mas sim na realidade; esta, que é caminho que construo a cada dia de meu viver. Vou caminhando e sempre olhando para onde ainda não cheguei: os sonhos; mas eles não são fim de estrada, e sim, pontos de apoio para que eu possa enxergar outros destinos. Eu, com garra, busco a realização de meu sonho, que se abre em outro sonho, que se abre em outro sonho, que se abre em outro sonho...

Para encerrar, uma poesia de outrora:

Sou um pastor de rebanhos.
Meus rebanhos são sonhos:
Sonhos que de ontem, hoje e amanhã
Um sonhador, eu?!
Não: um pastor de sonhos!
Desejos, anseios, vontades...
Sonhos...
O que move a vida são os sonhos!
Infinitamente grandes
Mas tão ínfimos...
Sempre sonhos.
Totalmente realizáveis e, às vezes, nem tanto...
Sobrevivem da vida.
Meu rebanho: meus sonhos
A pastagem: a realidade.
Sonhar é fugir da vida!
Sonhar é fugir da morte!
Sonhar é existir entre a vida e a morte!
Sonhar é existir na realidade!
Sonhar é... sonhar é...
Sonhar é...
Simplesmente sonhar!
LFC

sábado, 11 de setembro de 2010

De um adeus...

É vida que vai.
É vida que vem.
Hoje sou eu.
Amanhã sou ninguém.
Ninguém sou eu
Para saber o que vivo
Se vivo, por que vivo?
Porque vivo!
Sempre mais querendo
O encontro do reencontro...
É vida que vai.
É vida que vem.
Nunca a mesma vida
Que conheci ontem.
É fim que se vai
E começo que sempre vem...
Encontrar no que sou
O eu de ninguém.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Da minha loucura...

Acredito que sou um louco. Na verdade, nem sei bem ao certo se posso definir minha loucura – talvez seja porque cada pessoa classifica seu diferente como louco. Mas se eu sou meu igual, como poderia eu me considerar um louco? Pode ser que aí resida minha loucura. Muitas vezes, já falei que um louco considera todas as pessoas como loucas, enquanto vê a si próprio como normal. Neste caso (no meu próprio caso) parece que as coisas são diferentes; seria eu o verdadeiro louco?
A ideia de “louco” sempre vem junto da ideia de “alienado”. A alienação, por sua vez, pode ser entendida, de maneira bem simples, como a situação na qual um ser esteja fora de sua realidade. Desta maneira, podemos entender um louco como aquela pessoa que não vive inteiramente sua realidade simplesmente por não enxergá-la como ela é – ou, pelo menos, como a grande maioria das pessoas diz que ela é. O louco fica indignado de ver as pessoas se comportarem da maneira como se comportam, classificando-as, por isso mesmo, como sem razão. Mas, como eu afirmei acima, neste caso sou eu quem me classifico como louco. Ou apenas quero tentar me entender assim.
Eu enxergo coisas estranhas; eu as enxergo a todo momento. Mas parece serem pouquíssimas as pessoas que também conseguem ver o que vejo. Não busco alertar a todos sobre o que vejo, pois penso ser eu um louco que tem medo de ser verdadeiramente classificado como louco. Minha loucura me deixa indignado, às vezes, pois não sei como e possível que a realidade seja a mesma para todas as pessoas e apenas eu enxergue tais “coisas estranhas”.
Seriam algumas coisas realmente estranhas ou apenas uma classificação minha, que falseia a realidade? É uma questão também importante dentro desta minha loucura. Em meu mundo – pelo menos, no mundo como é entendido por mim – vejo que algo que parece estranho, normalmente não deixará de sê-lo, ou seja, mesmo que os padrões (meus próprios padrões) mudem com o passar dos anos, há certos limites intransponíveis que separam o que pode ser considerado normal ou não. Quero dizer ser importante que as posturas diante do mundo sejam revistas, mas de maneira alguma pode-se perder um fio condutor que deve ordenar a vida coletiva – pelo menos, enquanto sustentarmos o estado civil (se resolvêssemos viver isolados uns dos outros, a situação mudaria).
Eu enxergo coisas estranhas, mas parece que estas deixam de ser estranhas a cada dia. Estranhamente falando, no meio das coisas estranhas, é estranho perceber que a cada dia mais sou considerado um estranho, enquanto as coisas ganham a qualidade de serem normais. Entendo que o mundo considerado normal é simplesmente aquele formado por coisas estranhas que passaram a ser consideradas como normais pelos hábitos e costumes; de tanto certas situações ocorrerem sem que seja feito algo para que elas desapareçam, acaba-se por se acostumar com elas.
Assim, acabo percebendo que o mais estranho de tudo é o comodismo que existe em um mundo estranho que passa a ser normal a cada dia. Enxergo aí o perigo de se aceitar o mundo de olhos vendados. Ou o pior: fingir que se tem os olhos tapados por ser menos perturbador viver assim. Constrói-se uma fachada considerada mundo real, passando-se a acreditar de tal maneira nele, que não se enxerga nada além da normalidade. Na verdade, em tal situação talvez se enxergue também as coisas estranhas que ainda não se tornaram normais (na espera de que, logo, se tornem).
Como diz a música: “o que eu sinto a respeito dos homens é estranho...”. Não consigo enxergar de outra maneira e não consigo ter outro sentimento.
É estranho ver pessoas morrendo de fome para sustentar a riqueza de outros tantos. Quanta habilidade é necessária para construir um discurso legitimador de tal situação. E é exatamente isto o que o capitalismo e seus defensores tentam fazer, buscando encobrir a verdade; verdade que às vezes incomoda e é mais fácil deixar de ver. Nossa realidade se mostra na grande cisão causada pela ma distribuição de renda: apenas há ricos e milionários porque existem os pobres e miseráveis; este segundo grupo é o que realmente sustenta o primeiro. Como é possível que nem todas as pessoas enxerguem isso?
É estranho um povo eleger como seus representantes no governo aquelas pessoas que já demonstraram falta de competência e ética para tal função. Bem certo estava Maquiavel dizendo que o povo mais se importa com o que é mostrado e não com o que é a realidade mesma (por isso é que o filósofo recomenda que, para quem quer o sucesso na política, deve mais parecer que ser).
É estranho perceber que um sistema de educação instituída tente enganar, dizendo estar construindo verdadeiras pessoas nas salas de aula, com capacidades, conhecimentos e dignidade, quando, na verdade, quase nem oferecem um mínimo grau de instrução necessário. Neste contexto, quantos são os pais de alunos da escola pública que brigam por melhorias? É realmente estranho ver grande número de famílias que não se preocupam com a educação de seus filhos; esperamos o dia em que perguntas sérias serão feitas (“será que tal material é bom?”, “o sistema de avaliação serve para algo?”, “aquele professor é bom mesmo ou mais um incompetente pendurado no serviço público?”).
É estranho perceber que uma pessoa que se diz cidadão de caráter rir (e se orgulhar) de ter conseguido enganar o governo, sonegando impostos. A cobrança pode não ser justa, mas isso não faz ser justo o ato de ir contra a lei. Como alguém pode se orgulhar de cometer um crime?
É estranho ver motoristas que sinalizam para quem vem em sentido contrário, avisando a existência de radares. Se existe um limite de velocidade, é preciso respeitá-lo. Se um motorista decide não seguir as normas, deve ser punido conforme a lei. Avisar sobre a existência de radares seria o mesmo que dizer “pode fazer errado, mas só quando não estiverem olhando!”. Assim também, um bandido poderia roubar e alguém ficar na porta para avisar quando a polícia estivesse chegando – seria correto? Não; o sentido é o mesmo.
É estranho um povo não ter a consciência crítica mínima necessária para observar que uma religião que escraviza e se aproveita da crença para conseguir mais seguidores nada tem a ver com verdade revelada ou amor. A fé instituída é política e responde a interesses não apenas do divino, mas também – e, talvez, principalmente – do humano.
É estranho perceber que há pessoas que se gabam de conseguir burlar leis ou passar na frente de outros, tomando um lugar que não seja seu. Tomar algo do outro (seja um bem ou um lugar em uma fila, por exemplo) não poderia ser motivo de satisfação; mas parece que isto cada vez mais se torna exemplo.
Enfim, eu poderia, aqui, elencar mais e mais coisas estranhas que vejo. Mas penso que minha ideia foi exposta de maneira clara. Da minha loucura cuido eu... loucura que não quero perder!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

sobre a greve de professores (escrito em 16/03/10)

Professor@s, vocês sabem que jogo é este?
É estranho percebermos como nossa vida – pelo menos, a profissional – não está em nossas mãos. Cada dia nos mostra o quanto fazemos parte de um jogo no qual pouca decisão temos, mesmo sendo a parte mais significativa no processo. Poderiam até questionar esta minha ideia, talvez dizendo que os alunos seriam a parte mais importante; mesmo assim, reforço tal pensamento. Os professores são os que fazem a educação acontecer junto dos alunos, mas sem alunos, os mestres ainda são os mesmos, com toda a carga de conhecimento adquirida e, ainda assim, podem crescer sempre mais; já os alunos, sem quem os guie no conhecimento, continuarão a ser os mesmos que, com todos os caminhos à frente, podem se perder nas possibilidades de escolha. Se acabássemos de uma vez com todos os professores que existem, todo o processo educativo deveria ser reiniciado do zero, pois não adianta dizer que livros substituem os profissionais – livro acumula conhecimento, mas não faz reflexão e a reflexão humana é um processo que se desenvolveu até chegar ao ponto no qual estamos hoje.
Bem me recordo do que um dia li em uma camiseta, dizendo mais ou menos assim: “sem médico não há saúde; sem engenheiro não há desenvolvimento; sem advogado não há justiça. Sem professor, não há nem médico, nem engenheiro e nem advogado”. A ideia não é apelar para um sentimentalismo, mas refletir verdadeiramente o quanto está presente este profissional – que somos – na sociedade como um todo, e sua importância. Quem não se lembra de algum grande mestre que teve em sua vida, alguém que acreditava em nós e nos impulsionava a buscarmos sempre mais do que podemos ser – e, às vezes, até mesmo nos mostrando o que tínhamos condições de ser, mesmo que não acreditássemos tanto. Foram e são significativos, construindo vidas e sonhos que fazem a realidade; nós somos a realidade hoje e, da mesma maneira que alguém nos moveu, tentamos usar bem nossas forças para movermos outros tantos que estão em nossas mãos. Mas não depende apenas de nós... o processo é bem mais complicado do que possa parecer.
É revoltante percebermos que, em um momento como este, de greve, ainda muitas pessoas sejam ignorantes de toda a situação. Poder-se-ia dizer que apenas defendo algo por fazer parte do grupo em questão, mas não vejo assim: escrevo sobre uma situação que bem conheço. Vejo telejornais que, de início, parecem se posicionar de maneira neutra, apenas mostrando um fato; quando percebo, apresentam comentários e opiniões que, implicitamente (às vezes, descaradamente), põem nosso movimento em descrédito. Quanta falta de verdade é propagada e quanta ideia é manipulada por aqueles que detêm os meios necessários para isso.
A grande massa da sociedade não tem condições de refletir profundamente sobre toda a situação. E por que não? Simplesmente porque a ela não foi oferecida uma educação de qualidade. A culpa é minha e de meus colegas de profissão, então? Claro que não. É culpa de um sistema que não está interessado em formar pessoas inteiras, mas sim operários que não refletem, mas produzem e obedecem, que “fazem o Brasil crescer” (só se for crescimento nos índices de péssima qualidade em educação). Mas damos afeto... Isto é risível, pois o simples fato de receber carinho não tem a força necessária para construir uma pessoa; o afeto simples não transforma um animal racional em ser humano. É como se disséssemos: “caros alunos, vocês não receberão instrução alguma, mas saibam que se sentirão amados! Vocês não conseguirão vencer na vida, pois dificilmente conseguirão ingressar em uma faculdade, mas se sentirão queridos! Vocês serão passados para trás todas as vezes que isto for possível, serão esquecidos como uma massa anônima, mas sentirão que têm valor!” E, para completar, podemos dizer a eles: “ainda damos livros e caderninhos de atividades que construirão o conhecimento de vocês”.
Educamos para quê? Simplesmente pelos índices, que não sabemos o quanto revelam da realidade? Realmente parece ser este o objetivo de quem decide a educação. Um único profissional faz diferença? Claro que sim, mas em um âmbito muito reduzido; é preciso que os professores se mostrem, utilizando a força que têm para modificar a situação. Mas vemos que o governador bem conhece os seus professores, quando afirma que espera, mais uma vez, que os professores não se unam... E muitos ainda não se posicionaram positivamente pela luta... É triste ver tamanha desunião disfarçada com um discurso de “cada um sabe onde a situação aperta”; eu sei que minha situação aperta em várias frustrações que o sistema causa – além do bolso apertado, é lógico. Mas, bem sabemos que é quase sempre assim: se ganharmos, quem não se envolveu vai ganhar igualmente, sem tem lutado e sem ter de sofrer as consequências.
Em um telejornal, uma mãe de aluno dizia achar importante que os professores lutassem por seus direitos, mas que tentassem de outra forma, para que os alunos não fossem prejudicados (por exemplo, com o conteúdo que perdem ou com reposições aos sábados). É triste perceber que, realmente, a população que mais se utiliza do ensino público é a que menos tem visão do todo. Em primeiro lugar, é preciso saber que a luta não é apenas por salários: buscamos, acima de tudo, melhores condições de trabalho – o que, por conseqüência, levará à possibilidade de uma nova educação. A luta é para que a classe não continue perdendo cada vez mais de seus direitos, pois direitos conquistados são a vitória do passado que não pode ser perdida por meio de posturas ditatoriais de jogos que pouco se interessam na existência ou não de uma boa educação.
Ainda quero pensar um pouco esta situação sob a ótica de um texto bastante conhecido: Discurso da servidão voluntária, de Etienne de La Boétie, o século XVI. Ele se pergunta como podem muitos homens obedecer apenas um, sem se unirem para lutar por sua autonomia? Ele afirma que “não é preciso combater esse único tirano, não é preciso anulá-lo; ele se anula por si mesmo, contanto que o país não consinta a sua servidão; não se deve tirar-lhe coisa alguma, e sim nada lhe dar; não é preciso que o país se esforce a fazer algo para si, contanto que nada faça contra si”. O que é triste de se notar é que muitos consentem servir voluntariamente... Aceitar o jugo é comum para muitos e já é fazer algo contra si. E ainda mais: “os audaciosos não temem o perigo, os avisados não rejeitam a dor; os covardes e embotados não sabem suportar o mal nem recobrar o bem, limitam-se a aspirá-los...”. Os professores precisam deixar de aspirar a melhorias para, realmente, lutar por elas; pelo que a maioria deseja, não poderia ser somente uma parcela a lutar. E por que o medo de lutar, se “aquele que vos domina tanto só tem dois olhos, só tem duas mãos, só tem um corpo, e não tem outra coisa que o que tem o menor homem do grande e infinito número de vossas cidades, senão a vantagem que lhe dais para destruir-vos”? Ou seja, muitas vezes, monstros são construídos sem o serem realmente. Nós temos força e devemos perder o medo. Muitas vezes, nós nutrimos as forças de um sistema que não se mostra do lado daqueles que mais precisam. E quem mais precisa? A grande população que está a nossa frente, que depende do ensino público.
Enfim, podemos dizer que este é o momento para fazermos algo? Claro que não! Não apenas este momento, pois todo momento é momento de lutarmos por algo melhor. Se não fizermos nada, quem fará? Aqueles pais de alunos que, muitas vezes, apenas despejam seus filhos nas escolas? Claro que não; são eles que apenas reclamarão em situações como esta – estes pais, que nem têm condições mínimas de avaliar a situação; eles, talvez, nem saibam o nível de instrução que o sistema oferece a seus filhos...
Apenas nós, professores, sonhamos acordados, acreditando que uma nova e verdadeira educação é possível. Nós, que, com esforço, tentamos dar o máximo de nós para que cada um de nossos alunos tenha condições de se tornar verdadeiro ser humano, com dignidade. Nossa luta não é por nós apenas, mas assumimos um caminho incerto que pode trazer mudanças; nossa luta é por nós e por toda a educação; nossa luta é, no fundo, pela humanidade, pois entendemos que pessoas com melhor nível de educação podem construir um mundo melhor não apenas para a raça humana.
À parte qualquer jogo político, luta de classes ou briga de sindicatos, somos professores, únicos em nosso ofício a lutar sempre mais, com esperança sempre viva. Na verdade, nossa esperança maior é a de que toda a classe seja unida e brigue junta. Quem sabe se falarmos um pouco, refletindo mais, sejamos construtores de uma nova realidade... Eu assumo a luta e o risco, sem ser melhor que ninguém por isso. Não sou mesmo o dono da verdade (nem queria ser – deve ser um peso enorme)... Como Sócrates diria: “Só sei que nada sei”. Mas sei.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

eu no mundo...

MINHA VIDA NÃO É MINHA.
EU NÃO SOU DESTE LUGAR.
TODO LUGAR É MEU.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

A culpa do tempo ou o que pensar do sentido da vida ou contingência maldita

Estamos e somos – até quando?
Até que não nos acabe o tempo.
Quanto por viver e aprender!
Quanto por sentir e vibrar!
Quanto por amar e sofrer!
Quanto por conhecer e ver!
Quanto... quanto...
Quanto tempo ainda nos resta?
O que é o tempo de uma vida?! Um nada.
Ao começar a viver acaba meu tempo.
Qual sentido? Por que tanto construir?
O tempo rouba o sentido de tudo.
A finitude faz ser sentido o tempo.
O que me resta é a breve alegria do meu tempo.
O que me resta é a angústia de um completo não-tempo.